Marca de acessórios paranaense já está em mais de 25 países, incluindo Estados Unidos, França, Itália e Colômbia
Por: Confederação Nacional da Indústria (CNI)
A paranaense Amanda Machado Joppert, 37 anos, não imaginava que seguiria uma carreira fora da advocacia. O plano era ser promotora de Justiça. Foram anos ouvindo a mãe, Maria da Silva Machado, contando casos de uma cliente que tinha esse cargo. Mas as reviravoltas fizeram dela uma designer brasileira de acessórios de mão cheia. O que começou com um pequeno investimento hoje é uma marca exportada para mais de 25 países. Tudo feito com o apoio da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), instituição que faz parte do comitê gestor da plataforma Brasil Exportação.
Tudo começou quando Amanda concluiu a faculdade de Direito e estudava para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em 2010. Após inúmeras tentativas sem sucesso, ela percebeu que precisava de uma forma para ter renda própria e ajudar nas despesas de casa. No hoje finado Orkut, enquanto pesquisava coisas ligadas à moda, ela encontrou um acessório para a cabeça, uma headband, que ainda não aparecia nas vitrines da sua cidade natal, Cascavel (PR).
Resolveu fazer uma para ela mesma e mostrou para uma amiga, que gostou muito e a incentivou a começar um negócio, com a divulgação nas redes sociais. Ela confessa que, no início, se sentiu insegura. “Tinha até vergonha de postar foto. Imagina eu, formada em Direito, mostrando que faço acessório de cabelo”, conta a empreendedora. Não demorou muito para o sentimento passar. Amanda percebeu que tinha jeito para a coisa e decidiu investir. R$ 50 emprestados do marido, mas investiu.
No primeiro ano, Amanda produzia apenas acessórios para cabeça e não esquece que a primeira cliente era do Rio de Janeiro. Com o sucesso, a mãe, que levava os produtos para o trabalho, se tornou a primeira revendedora oficial da marca na cidade.
No segundo ano, ela sabia que se quisesse seguir no negócio, teria de inovar. Foi quando uma amiga que mora nos Estados Unidos a procurou para encomendar alguns acessórios e falou que gostaria de comercializar produtos brasileiros no exterior, como bijuterias. “Ela me disse: ‘Queria tanto vender umas bijus brasileiras. Aqui não tem bijuterias bonitas como no Brasil. Você faz para mim?’. Eu disse que sim, mas nem sabia fazer”, revela.
Comprou material, contratou a irmã, Alana, e colocou a mão na massa. Deu certo. A Amanda Machado Acessórios hoje tem mais de 10 funcionários, incluindo o marido, Júlio. Todas as peças são desenhadas por ela e fabricadas manualmente.
EXPANSÃO
A venda de peças ao exterior aconteceu esporadicamente desde o começo da empresa. Há seis anos, Amanda decidiu profissionalizar a comercialização de seus produtos lá fora. Ela conheceu a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e, na sequência, a Rede CIN, onde encontrou incentivo e orientação sobre como investir para melhorar o produto e construir a marca no exterior.
Em 2018, ela integrou missão comercial promovida pela Rede CIN e pela ApexBrasil à feira Colômbia Moda. Era a primeira primeira viagem para o exterior a trabalho.
“Foi muito importante participar porque me abriu novas portas. Lá, tive contato com uma peruana, que se apaixonou pelas peças e entrou em contato comigo quando retornei para o Brasil. Nós fechamos contrato e há um ano ela é a minha representante oficial no Peru e na Colômbia. Já até inaugurou dois quiosques em um grande shopping de Bogotá”, explica Amanda.
Ali, a empresária percebeu que o mercado externo está aberto (e muito) para produtos brasileiros, mas é necessário estar preparado para aproveitar as oportunidades. Por isso, Amanda fez um MBA em Desenvolvimento e Divulgação de Produtos de Moda, direcionado para artigos de luxo e continua buscando formas para melhorar o desempenho da empresa.